De 28 Mai 2021

Microplásticos

Partículas quase invisíveis que são prejudiciais à Vida Marinha e ao Ser Humano.

Como o nome já diz , é uma pequena partícula de plástico e é um dos principais poluentes dos oceanos. Alguns pesquisadores consideram que o tamanho máximo do microplástico é de 1 milímetro, enquanto outros adotam a medida de 5 milímetros.



Como o Microplástico chega ao meio ambiente?

Alguns sabonetes, cremes, pastas, géis e máscaras esfoliantes são um perigo para o ambiente. Esses produtos podem ser feitos com partículas de polietileno que, após o uso, caem diretamente na rede de esgoto. Mesmo quando há estações de tratamento, as microesferas de plástico dos cosméticos não são retidas pela filtragem de partículas, pois são muito pequenas, e acabam indo parar no oceano.

Grande parte das roupas são compostas por fibras têxteis sintéticas de plástico - um exemplo é o poliéster. Durante a lavagem das roupas, por meio do choque mecânico, as partículas de microplástico se desprendem e acabam sendo enviadas para o esgoto, mas não é a única forma, essa mesma roupa em atrito com a pessoa vestida já seria suficiente para dispersar o microplástico na atmosfera. Essa poeira de microplástico pode ser inalada, juntar-se ao vapor ou ir parar em seus alimentos.


Impactos do microplástico

Quando escapa para o meio ambiente, o microplástico atua como captador de poluentes orgânicos persistentes (POPs) altamente nocivos. Dentre esses poluentes estão os PCBs, os pesticidas organoclorados, o DDE e o nonilfenol. Os POPs são tóxicos e estão diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Eles ficam durante muito tempo no ambiente e, uma vez ingeridos, têm a capacidade de se fixarem na gordura do corpo, no sangue e nos fluidos corporais de animais e humanos.



Microplásticos: Os impactos do microplástico

Entra na cadeia alimentar

Ingerir microplástico contaminado não é muito difícil, um estudo realizado mostrou que o microplástico está presente em mexilhões de todo o mundo. A equipe de pesquisadores investigou a carga de microplástico de quatro espécies desse molusco que são vendidas com frequência como alimento em supermercados de doze países ao redor do mundo.

Todas as amostras analisadas continham partículas micro plásticas, e os pesquisadores detectaram um total de nove tipos diferentes de plástico. O polipropileno (PP) e o tereftalato de polietileno (PET) foram os tipos de plástico mais comuns encontrados durante a realização da pesquisa.


Causa poluição química

Os bisfenois, utilizados em larga escala pela indústria, estão presentes em tintas, resinas, latas, embalagens e materiais de plástico em geral. Quando escapam para o ambiente, além da poluição visual e física que causam, geram poluição química. Uma vez no ambiente e no organismo, o bisfenol se comporta como um disruptor endócrino, podendo causar esterilização, problemas comportamentais, diminuição da população, entre outros.


Retarda o crescimento de plantas

Estudos em solos agrícolas revelaram que o microplástico afeta a qualidade do solo, a fisiologia dos organismos do solo e a interação entre o solo e as plantas. Outro estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst e da Universidade Shandong, na China, mostrou que o microplástico presente no solo pode reduzir a biomassa total das plantas, o que tem influência direta no rendimento e valor nutricional das safras.


Apresenta riscos para a vida animal

O microplástico também apresenta diversos riscos para a vida animal. Quando vai parar no meio ambiente, ele pode reduzir a população de animais, prejudicar o desenvolvimento de ovos de aves, causar deformidades sexuais em répteis e peixes e provocar alterações na metamorfose de anfíbios. Três pesquisas realizadas com o objetivo de analisar a disseminação de microplástico entre esses indivíduos mostraram que 30% dos peixes amazônicos têm o intestino contaminado por partículas plásticas.


Por Juliana Melo